Em todos estes anos atuando com projetos SAP, uma das demandas mais comuns que recebo é sobre como construir relatórios ALV que realmente atendam o negócio sem sacrificar desempenho ou clareza. Parece simples, mas basta começar a prototipar para perceber que há detalhes e decisões importantes em cada etapa. Neste artigo, vou compartilhar o que aprendi na prática e como você pode evitar as armadilhas mais frequentes – e, claro, torná-los mais robustos e agradáveis aos usuários finais.
ALV bem construído vira referência dentro do time.
Por que o ALV é tão usado em projetos SAP?
Antes de pensar na construção, é bom entender o motivo do ALV (ABAP List Viewer) conquistar tanto espaço nos cenários SAP. Ele reúne várias facilidades: organização visual, filtros, ordenação, exportação para Excel… para citar só alguns. Visualmente, ele leva a informação de forma ordenada e amigável, preenchendo exatamente aquela lacuna que existia nos relatórios tradicionais do ABAP puro.
Eu já vi muitas áreas de negócio abraçarem o ALV assim que experimentam. Filtros dinâmicos, totailizações automáticas, downloads – esses recursos se tornam fundamentais ao dia a dia de quem depende de informação rápida. E, claro, é possível customizar conforme a necessidade técnica ou o perfil dos usuários.
O que faz um relatório ALV ser realmente bom?
Há muitos fatores, mas um ponto é quase óbvio: relatórios ALV precisam ser simples e rápidos, mas sem perder a riqueza de detalhes necessários para a decisão. Lembre-se sempre: mais informação não quer dizer melhor relatório. Já vi casos em que excesso de campos só confundiu o usuário e gerou dúvidas.
- Layout bem definido
- Boa escolha de campos
- Filtros úteis
- Performance aceitável (ninguém gosta de esperar)
- Mantendo o padrão SAP e identidade visual do projeto
Como começo a construir um relatório ALV?
Minha dica: nunca pule a modelagem do relatório. Antes de sair programando, converse com os usuários. Descubra o que eles realmente querem visualizar. Desenhe um mockup, nem que seja no papel. Com base na minha experiência, esse diálogo economiza horas de retrabalho e deixa o cliente mais satisfeito no fim.
A estrutura básica geralmente passa por:
- Definir a seleção de dados (SELECT lógico e rápido)
- Criar estruturas internas para armazenar as informações
- Preparar o catálogo de campos para o ALV (fieldcatalog)
- Montar o layout (campos fixos, totais, agrupamentos...)
- Exibir os dados utilizando as funções do ALV
Parece trivial – mas eu afirmo que um passo mal executado vai impactar todo o resto. Até um SELECT mal desenhado lá no começo gera reclamação depois, por conta do tempo de processamento, especialmente em bases grandes.

Detalhes que fazem diferença no ALV
Existem recursos do ALV que eu sempre avalio em cada projeto, pois agregam valor quase sem custo:
- Totais e subtotais: ajudam o usuário a enxergar rapidamente as somas
- Layout dinâmico: permitir que cada usuário ajuste colunas e salve o layout é uma mão na roda
- Exportação para Excel: obrigatório, na minha opinião
- Destaque visual em campos-chave: cor diferente, negrito, ou ícone ajudam a percepção
- Ordenação e filtros por coluna: quanto mais simples, melhor
Pequenos detalhes, mas fazem o usuário voltar sempre ao mesmo relatório sem pedir “ajustes” toda semana.
Facilitar a vida do usuário é o maior ganho.
Cuidados com a performance
Este talvez seja o ponto mais sensível. Já enfrentei situações em que o relatório funcionava bem para poucos dados, mas ficava lento ao rodar na base inteira da empresa. O segredo aqui está no modo como se faz as buscas no banco, como preenche as tabelas internas e como projeta o relatório.
Minhas dicas práticas:
- Evite SELECTs dentro de loops. Sempre consolide as buscas em um único bloco.
- Use índices corretos no banco. Isso muda tudo.
- Prefira tabelas internas do tipo HASHED ou SORTED quando o relatório exigir buscas repetidas.
- Limite o número de registros carregados. Informe ao usuário quando o volume for alto, sugerindo filtros iniciais saudáveis.
Testes: não confie só no seu ambiente
É tentador testar só no ambiente de desenvolvimento, mas recomendo sempre validar com dados reais (ou o mais próximo possível disso). Às vezes, o que funciona para uma filial pequena não serve para uma matriz com milhões de registros.
Também vale buscar feedback dos usuários, se possível. Eles enxergam obstáculos que a visão de quem desenvolve não alcança tão fácil.
Dicas para layout e usabilidade do ALV
Lembro que, certa vez, um relatório foi rejeitado por parecer poluído, mesmo exibindo tudo do jeito correto. O visual realmente conta. Gosto de:
- Deixar campos numéricos alinhados à direita, textos à esquerda
- Configurar larguras de coluna compatíveis (campo muito pequeno vira caos visual)
- Usar títulos claros, sem siglas confusas
- Agrupar colunas relacionadas, sempre que possível
- Padronizar datas, valores monetários e status
Um bom layout fala por si só e reduz dúvidas no treino dos usuários. Isso diminui a dependência de suporte e gera mais confiança na solução.
Como potencializei meus relatórios ALV pela experiência
Depois de muitos projetos, percebi que ter acesso aos conteúdos certos faz toda a diferença. Os cursos da Netstudy, por exemplo, trabalham muito essa parte prática, em cenários do dia a dia. Entender o que as empresas buscam, os tipos de relatório mais comuns, os erros e acertos. Vi alunos acelerando muito ao acessar exemplos reais e dicas para o contexto SAP brasileiro – e sempre mantendo a qualidade técnica impecável.
Além disso, sempre busco novidades em comunidades que discutem sobre ABAP e SAP, e compartilho minhas descobertas em plataformas sobre cursos SAP e ABAP. Já compartilhei também situações desafiadoras, como contei em artigos parecidos com este: case relatórios ALV SAP e falhas comuns em projetos ALV. Sinto que ajudar outros profissionais nesse caminho reforça o aprendizado de todos.

Conclusão
Construir um bom relatório ALV no SAP Abap vai além de saber programar. É entender o negócio, propor soluções, pensar no usuário e ter atenção aos pequenos detalhes. Cada projeto é único, mas as dicas que compartilhei ao longo deste artigo são frutos de erros, acertos e muito teste em campo.
Se você busca crescer na área, meu conselho é: procure capacitação, esteja aberto a experimentar e participe de trocas como as que promovemos na Netstudy. Assim, seu próximo relatório vai superar as expectativas técnicas e deixar o usuário realmente satisfeito. Quer dar o próximo passo no seu aprendizado? Conheça nossos treinamentos e venha construir soluções SAP de alto impacto conosco!
Perguntas frequentes sobre relatórios ALV no SAP
O que é um relatório ALV no SAP?
Relatório ALV é uma ferramenta do SAP Abap que permite exibir dados em formato de tabela, com recursos como filtros, ordenação, totais e exportação. Ele facilita a análise de informações pelo usuário final de forma simples e dinâmica.
Como criar um ALV eficiente em Abap?
No meu dia a dia, sigo um roteiro: começo conversando com o usuário para entender as necessidades, depois defino uma seleção de dados eficiente, crio uma tabela interna, configuro o fieldcatalog e aplico o layout mais limpo possível. Por fim, valido com dados reais e escuto o feedback para ajustes.
Quais são as melhores práticas para ALV?
Mantenha o relatório simples, priorize campos úteis, implemente totais/subtotais, permita exportação e aposte em layouts claros e usáveis. Evite buscas repetidas no banco, use filtros desde o início e teste sempre em ambiente próximo ao real.
Como melhorar a performance de um ALV?
Aposte em SELECTs bem escritos (preferencialmente fora de loops), use as tabelas internas certas (HASHED ou SORTED quando necessário) e limite o volume de registros exibidos. Deixe o usuário ciente de possíveis restrições de dados e sempre oriente sobre o uso de filtros eficazes.
É recomendado usar ALV em todos os projetos?
Embora o ALV seja versátil e potente, ele não é a melhor solução para todos os cenários. Relatórios muito simples ou interfaces muito customizadas podem exigir abordagens diferentes. Avalie sempre a necessidade do usuário e a experiência desejada antes de decidir pelo ALV.
